Notícias

 Siga-nos no Facebook.

Tudo o que você precisa saber sobre cigarrinha

Praga sobrevive e reproduz com facilidade e causa grandes prejuízos no milho

A cigarrinha do milho (Dalbulus maidis) ataca e sobrevive somente em plantas de milho mas isso não deixa o produto tranquilo. Muito pelo contrário. Já mostramos em uma reportagem que, segundo a Embrapa Cerrados, a perda em produtividade pode ficar acima de 70%, em área largamente infestadas. Diante de uma safra de 1, 217 milhão de hectares  plantados somente na 1ª safra, de acordo com a Conab, as perdas em produtividade podem ser significativas.

Separamos informações sobre tudo o que você precisa saber sobre a cigarrinha do milho. As informações foram passadas por Wagner Tompson, engenheiro agrônomo, doutor em Fitotecnia, Produção e Tecnologia de Sementes e coordenador de Agroservice da KWS Sementes, em um webinar.

Inseto potente

O Brasil tem sistemas de produção estabelecidos: soja e depois milho na safrinha e, isso ajuda a compor o complexo de pragas. Todo ano essas pragas estão ali. De 3 nos para cá a cigarrinha do milho tem sido uma das principais pragas a atacar a cultura, causando o enfezamento.
 
 A fêmea tem alta capacidade reprodutiva, colocando de 400 a 600 ovos por ciclo. Insere os ovos sob a camada epidérmica da folha, colocando em linhas entre as nervuras, o que pode atrapalhar o manejo. O ciclo do ovo ao adulto dura 30 dias e os adultos vivem por 45 dias. A cigarrinha suga o xilema (sistema responsável por conduzir água e sais minerais por todo o corpo do vegetal) e o maior problema é quando transmite doenças provocando desequilíbrio hormonal na planta. “Antes o pico de infestação era entre março e abril mas agora o pico populacional ocorre entre primavera, verão e outono, sendo uma situação desafiadora em qualquer lavoura”, explica Tompson.

O tempo de transmissão de patógenos ao milho leva de 4 a 7 dias e o patógeno sobrevive a vida toda na cigarrinha. A praga é dependente da temperatura: quanto mais quente, mais rápido o processo. Em apenas meia hora de alimentação na planta já pode transmitir doenças através dos molicutes, bactérias que causam os enfezamentos no milho. “O enfezamento pode ser pálido (Espiroplasma) ou  vermelho (Fitoplasma). A doença enfraquece as plantas, deixa nanicas, avermelhadas, com queda de produção em espigas mal formadas ou multiespigamento”, comenta o especialista.

Embora aconteça só no milho, a cigarrinha, na ausência de milho, consegue sobreviver, isso porque não apresenta diapausa, diminuindo o metabolismo.”O desafio maior são as tigueras, plantas voluntárias do milho na lavoura. Outra característica evidenciada em estudos mostra que os insetos podem migrar em alturas de até 16 metros, facilitando voos migratórios e colonizar facilmente outras lavouras”, diz.

Como combater

Tompson ressalta que um diagnóstico amplo da lavoura e seus sintomas é o primeiro passo, assim como inspecionar lavouras vizinhas para identificar e alertar ações na detecção de vetores. Veja no quadro algumas medidas importantes:

O especialista defende que empregar cultivares resistentes, uso de sementes tratadas, antecipar o semeio para setembro até meados de outubro, evitar cultivos sucessivos de milho e manejar as tigüeras são os passos mais eficazes de controle. “É um conjunto de opções que o produtor tem que adotar ao mesmo tempo para minimizar os danos”, completa. Levando em consideração que o período de incubação da praga pode levar até 24 dias, a janela de manejo químico ideal está em 17 a 31 dias. A recomendação é usar produtos com princípios ativos a base de inseticidas neonicotinoides, inclusive para tratamento de sementes ou biológicos como o fungo beauveria bassiana, que causa doenças fatais nos insetos. 

Fonte: Por:  -Eliza Maliszewski 

Voltar

Produtos

Garantimos produtos de alta qualidade com resultados garantidos.

Saiba mais