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Tecnologia evita abertura de novas áreas para agricultura

Impactos são na soja, algodão, milho, frutas, suínos e aves

Um estudo feito pela Embrapa comprovou que o uso de tecnologias sustentáveis na agricultura geram economia de terras de cultivo. Somente no caso da soja foram 71 milhões de hectares de áreas plantadas a menos, o que corresponde à soma dos territórios de Irlanda e França. Sem o uso dessas tecnologias seria necessário plantar uma área três vezes maior para alcançar a mesma produtividade que temos hoje ou 195% maior. Enquanto isso o incremento em produtividade vem em 1,9% ao ano, entre 1960 e 2020.

As chamadas poupa-terra incluem sistemas integrados lavoura-pecuária-floresta (ILPF), plantio direto, fixação biológica de nitrogênio, uso de bioinsumos incluindo controle biológico de pragas, entre várias outras. São aquelas de baixo ou alto custo, que permitem incrementos sustentáveis na produção total em uma mesma área e, graças ao seu uso, evita-se a abertura de novas áreas para produção agropecuária.

O levantamento foi feito pela Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa e contou com a participação de mais de 50 pesquisadores e analistas representando nove unidades de pesquisa. Além da soja, principal cultura do país, os resultados da economia de terra aparecem em cultivos como o algodão, frutas e milho.

Na cotonicultura a produção mais do que triplicou em quatro décadas enquanto a área plantada encolheu a menos da metade. Entre os anos de 1976 e 2019, a produção cresceu de 1,2 milhão para 4,3 milhões de toneladas, enquanto a área foi reduzida de quatro milhões de hectares para 1,7 milhão. Nesta cultura se destacam cultivares melhoradas geneticamente, plantio direto, que abrange técnicas sustentáveis de manejo do solo, e o cultivo do algodão em sistemas ILPF.

Em relação à fruticultura, dados de 2018 apontam que a produção mundial de frutas é de cerca de 930 milhões de toneladas em pouco mais de 80 milhões de hectares. A contribuição brasileira é de 42,4 milhões de toneladas, ou seja, 4,6% do total em uma área 2,5 milhões de hectares. Para cada hectare cultivado com frutas, em média dois empregos são criados, totalizando cinco milhões de empregos. As principais tecnologias sustentáveis utilizadas na produção de frutas são: melhoramento genético, produção integrada, gestão da cobertura do solo, manejo de água e nutrientes, controle de pragas e doenças e gestão pós-colheita.

No milho, outro grão de importância para várias cadeias, o progresso tecnológico reduziu a necessidade de 44,3 milhões de hectares, o que equivale a soma dos territórios de Alemanha e Áustria. Muito disso é atribuído ao aumento da eficiência alimentar de aves e suínos.

Na avicultura e suinocultura, o progresso tecnológico contínuo nas últimas quatro décadas garantiu às atividades destaque entre as melhores do mundo. Grande parte desse sucesso se deve ao processo de conversão alimentar, a quantidade de ração que um animal precisa consumir para cada quilo de peso que ganha. Essa tecnologia é o resultado direto dos progressos obtidos ao longo dos anos em vários segmentos, como o melhoramento genético, nutrição, sanidade animal, manejo e ambiência.

No caso da avicultura de corte, em 1975, o frango precisava de 2,1 kg de ração para ganhar um quilo de peso vivo. Em 2020, esse mesmo quilo de peso foi obtido com 1,7 kg de ração. Caso o desenvolvimento tecnológico não tivesse dotado os frangos de maior capacidade de conversão de ração em ganho de peso, a avicultura de corte demandaria um adicional de 1.551.056,40 hectares de terra para entregar as mesmas 16,4 milhões de toneladas de peso vivo de frango produzidas em 2020. Essa economia de terra equivale a três vezes o tamanho do Distrito Federal.

Na suinocultura comercial brasileira, a melhora na conversão alimentar entre os anos de 1975 e 2020 permitiu reduzir o consumo de ração de 3,5 kg para 2,6 kg. Sem o aporte tecnológico, seriam necessários 1.007.745,70 ha de terra para produzir as 5,3 milhões de toneladas de carne suína produzidas hoje. A terra poupada corresponde ao território inteiro da República do Chipre.

Fonte: Por:  -Eliza Maliszewski 

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