Simbiose mais benéfica será reduzida em 10% nas zonas temperadas
Uma equipe de mais de 200 pesquisadores, liderada pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, publicou esta semana na Nature um mapa que reflete as relações simbióticas entre fungos e bactérias e árvores do solo em todos os continentes. A compilação permitiu estabelecer a Regra de Leitura, um novo princípio biológico que determina a influência de variáveis como temperatura, umidade, química do solo, tipo de vegetação ou topografia no tipo de simbiose que predomina em cada ecossistema.
O trabalho prevê que, até 2070, se as emissões de carbono permanecerem inalteradas, a biomassa das árvores com a simbiose mais benéfica será reduzida em 10% nas zonas temperadas, o que resultaria em um aumento nas emissões de carbono por diminuir seu armazenamento no solo dessas regiões. “A simbiose ajuda as árvores a acessar diferentes nutrientes e influencia a capacidade do solo e do sistema solo-árvore de reter carbono, sabendo como essas relações funcionam e qual sua distribuição no planeta é vital para saber como essas mudanças afetarão o ciclo do carbono e, portanto, o clima do futuro ”, explica Fernando Valladares, pesquisador do Museu Nacional de Ciências Naturais (MNCN-CSIC) que participou do estudo.
Para este artigo, eles trabalharam com três tipos de simbiose que abrangem milhares de fungos e bactérias associados a diferentes espécies arbóreas: fungos micorrízicos arbusculares; Fungos ectomicorrízicos e bactérias fixadoras de nitrogênio. De acordo com a regra de leitura, nomeada pelo especialista em simbiose David Read, as bactérias fixadoras de nitrogênio são limitadas pela temperatura e pelo pH do solo, enquanto os dois tipos de simbiose fúngica (micorrizas e ectomicorrizas) são influenciados por variáveis que eles afetam as taxas de decomposição, como temperatura e umidade.
Fonte: Por:Agrolink-Leonardo Gottems
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