A segunda safra está em finalização e a terceira se aproxima da maturação
A cultura do feijão é considerada de ciclo curto e, por isso, apresenta uma vantagem para o produtor, que consegue adequar o seu plantio dentro de uma janela menor, sem ter que abrir mão da produção de outros grãos ainda no mesmo ano-safra. Nesse cenário, o Brasil possui três épocas distintas de plantio dentro do ano-safra, favorecendo assim uma oferta constante do produto. Dessa forma, tem-se o feijão de primeira safra semeado entre agosto e dezembro, o de segunda safra entre janeiro e abril e o de terceira safra, de maio a julho.
Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta temporada 2020/21, o primeiro ciclo produziu cerca de 1.011,7 mil toneladas, somando os feijões do tipo comum cores, comum preto e caupi. Tal resultado representou redução de 8,5% em relação ao volume obtido em 2019/20, especialmente pelas oscilações climáticas registradas ao longo do ciclo na Região Sul e na Bahia, impactando na produtividade das lavouras. Atualmente, as lavouras de segunda e terceira safras estão em evidência. Elas despontam para suas fases mais agudas do ciclo e devem encaminhar a conclusão das operações de colheita em breve.
Para a segunda safra estima-se cerca de 1.152 milhão de toneladas do grão e 775,3 mil toneladas para a terceira safra. Assim, a perspectiva total para o feijão nesta temporada 2020/21 é de destinação de 2.939,7 milhões de hectares para o cultivo da cultura (considerando o feijão-comum cores, o feijão-comum preto e o feijão-caupi) e uma produção de 2.940 milhões de toneladas, sendo 8,8% inferior ao volume colhido na temporada passada.
Desde a última semana de julho, os preços seguem em movimentos de alta. Esse comportamento deve-se ao rigoroso controle das ofertas por parte dos produtores e corretores, à redução dos estoques remanescentes da segunda safra, à necessidade de reposição de mercadorias e às condições climáticas adversas em Goiás e São Paulo, atingidos por geadas.
Segunda safra em finalização
Na análise da segunda safra no feijão-comum cores a safra é marcada especialmente pela diminuição na área plantada e também pela irregularidade climática visualizada durante o ciclo da cultura, principalmente no que diz respeito ao regime pluviométrico no Centro-Sul do país. A estimativa atual é de obtenção na ordem de 442,7 mil toneladas com o feijão-comum cores nesse período, indicando decréscimo de 21,9% em comparação ao resultado demonstrado no ano passado.
O feijão-comum preto é o terceiro mais cultivado durante a segunda safra. Para esta temporada houve acréscimo na área cultivada em relação a 2019/20, alcançando 192,1 mil hectares semeados em todo país. O maior destaque fica por conta da produção na Região Sul, especialmente no Paraná, que representa mais de 70% dessa área total. Quanto à produção, foram obtidas cerca de 223,9 mil toneladas, representando incremento de 21,4% em comparação ao exercício passado, especialmente pelo aumento de área.
No caupi são esperadas 486 mil toneladas no segundo ciclo, uma redução de 1,4%. Em Mato Grosso, maior produtor, a colheita do feijão- caupi segunda safra está encerrada nos 152,8 mil hectares semeados com a cultura nesse período. Observase que, mesmo para o feijão-caupi, que é uma cultura mais rústica e menos sensível à escassez hídrica, houve redução de rendimento médio, pois parte das lavouras foi semeada fora da janela ideal e tem sofrido com a escassez hídrica. No entanto, o bom incremento de área plantada visto nesse ciclo potencializou a produção final, que chegou a 146,7 mil toneladas do grão, resultado um pouco maior que o obtido em 2019/20.
Terceira safra
Já para a terceira safra as lavouras estão entrando nas fases mais agudas do ciclo, chegando à maturação e à colheita. Ao todo foram semeados cerca de 571 mil hectares com o feijão nesse período, e a estimativa nacional é de obtenção de aproximadamente 775,3 mil toneladas do grão. No cores são esperadas 728 mil toneladas (- 11,4%), no preto 12 mil toneladas (estabilidade) e no caupi 34,9 mil toneladas (- 7,9%).
Fonte: Por: AGROLINK -Eliza Maliszewski
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