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RS: coronavírus – na Expointer, pesquisador defende manejo adequado contra enfezamentos e cigarrinha do milho, diz Emater/RS

Esteio/RS
 

Tendo em vista a ocorrência de Dalbulus maidis, mais conhecida como cigarrinha do milho, nas lavouras milho do Rio Grande do Sul, com impactos sobre a cultura do milho, estratégica para o Estado, a Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), em conjunto com a Emater/RS-Ascar e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), emitiu um alerta fitossanitário no último dia 30 de agosto, a partir de relatos de ocorrência recente dessa praga nas lavouras já nos estágios iniciais desta safra.

Para reforçar o alerta e indicar recomendações, as instituições promoveram o painel virtual sobre Manejo dos enfezamentos e da cigarrinha-do-milho durante a 44ª Expointer, na manhã desta quinta-feira (09), que pode ser conferido aqui.

Participaram da abertura da atividade Jairo João Carbonari, auditor fiscal do Mapa, Ricardo Augusto Felicetti, chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal (DDA) da Seapdr, e o diretor técnico da Enmater/RS, Alencar Rugeri, que destacou as mais de 6 milhões de toneladas de milho previstas para a safra 2021/2022. “Para isso precisa ter manejo adequado de todas as pragas, doenças e insetos. Com a emissão do alerta oportunizamos avançar na construção e repasse de informações mais qualificadas de combate a essa praga aos técnicos, produtores, cerealistas e cooperativas”, ressaltou Rugeri.

Carbonari lembrou que no ano passado coordenou várias ações e no site do Mapa há várias informações relativas à cigarrinha do milho, e avaliou que “a produção de milho é um gargalo importante no Estado, pois produzimos metade do milho que necessitamos e agora com a cigarrinha poderá haver sérias consequências na quantidade e na qualidade da produção”.

Já Felicetti falou sobre a ocorrência do patógeno em 44% das amostragens realizadas em 153 municípios produtores de milho, “o que motivou a atenção, o alerta e a realização desse trabalho de esclarecimento aos produtores com a palestra do entomologista da Embrapa Cerrado, Charles Martins de Oliveira”. Ele também destacou a busca conjunta, do Mapa e de vários estados produtores, em especial do Sul do país, de soluções e garantias de uma boa produção de milho.


IMPORTÂNCIA DO MANEJO

Charles Martins de Oliveira é engenheiro agrônomo e entomologista, mestre e doutor em Entomologia e pesquisador da Embraoa Cerrados, em Planaltina (DF), e atua com Manejo Integrado de Pragas. “Os enfezamentos e a cigarrinha têm tirado o sono de muitos produtores”, disse, ao explicar que os enfezamentos são conhecidos desde 1970, com registros, de lá para cá, de vários surtos epidêmicos pelo país, sendo que no RS e em SC ocorreu na safra 2005/2006. “Esse problema se tornou maior e mais recorrente a partir de 2015, quando foi registrada ocorrência da cigarrinha na Bahia, em Goiás, no Triângulo Mineiro e em São Paulo”, citou.

Assim como a cultura do milho, a cigarrinha do milho se originou no México, e o primeiro relato de ocorrência da praga no Brasil é de 1938. Hoje o Brasil tem 44 espécies das cigarrinhas, mas apenas a do milho é capaz de transmitir os patógenos do enfezamento.

Entre os sintomas da presença da cigarrinha no milho estão a redução da altura das plantas, o avermelhamento da margem e das pontas para dentro, brotos axilares, perfilhamento na base da planta, proliferação de espigas, espigas deformadas, grãos esparsos ou chochos, e o acamamento, provocado por plantas com poucas raízes. “É uma doença de ciclo longo, influenciada pela utilização de híbridos de milho menos resistentes e mais suscetíveis, e pela época em que a planta é infectada”, observou o painelista, ao ressaltar a importância de controlar e tentar evitar a disseminação do patógeno no início do desenvolvimento da cultura.

“As boas práticas só serão eficazes se forem adotadas pela maioria dos produtores de uma região”, afirmou Oliveira, ao defender o manejo das lavouras de milho mesmo antes do plantio, eliminando plantas voluntárias de milho tiguera (multiplicadoras da praga) e os milhos guachos das margens das lavouras.

Na semeadura, não plantar próximo a lavouras mais velhas, pois o vetor migra por mais de 20kms usando correntes de vento. Escolher híbridos com maior tolerância e resistência aos enfezamentos, mas é importante rotacionar e diversificar os híbridos, registrados no Mapa. No plantio, utilizar sementes certificadas e tratadas com inseticidas indicados pelo Mapa, com aplicação no final da tarde e/ou à noite, e sincronizar a semeadura.

Na colheita usar máquinas bem reguladas, evitando perdas de grãos e espigas que, se germinarem, dão origem às tigueras. O transporte em caminhões apropriados, sem dispersão de grãos pelas estradas, também foi aconselhado por Oliveira, que indica aijnda cuidados no pós colheita. “Faça rotação de culturas e evite plantar milho e gramíneas sobre milho, para que são sejam plantas abrigo para a cigarrinha”.

Sobre o manejo dos enfezamentos e das cigarrinhas, o entomologista salienta que nenhuma medida tomada de forma isolada será eficaz, não há medidas curativas, mas as ações devem ser preventivas, a partir das boas práticas agrícolas, que têm a função de reduzir a população do inseto vetor. Ele também aconselha “ter planejamento para antes, durante o plantio, na colheita e no pós colheita”, indicou, ao citar o controle biológico como “uma arma bastante importante para isso”.

Para esta sexta-feira (10) a programação virtual e híbrida da Emater/RS-Ascar na Expointer conta com a transmissão às 14h do Concurso Virtual de Lã Ovina.


Fonte: Emater/RS-Ascar

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