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Produtos químicos: vendas internas recuam 10,06%

“O momento pede uma urgente reflexão"

As vendas internas de produtos químicos diminuíram 10,06% e a demanda local, medida pelo consumo aparente nacional (produção + importação – exportação) caiu 6,4%, de acordo com informações divulgadas pela Associação Nacional da Indústria Química (Abiquim). “Por outro lado, a valorização do Real – de quase 8% - entre janeiro e fevereiro fez com as importações recuassem 23,4%, refletindo diretamente na elevação das exportações e do índice de utilização da capacidade instalada, respectivamente +3,1% e 78%. Ainda nos dois primeiros meses de 2022, a produção teve alta de 1,51% sobre igual período do ano passado, alavancada pelos grupos cloro e álcalis (+29,58%), intermediários para fertilizantes (+19,20%) e intermediários para plásticos (+19,82%)”, comenta.

De acordo com Fátima Giovanna Coviello Ferreira, diretora de Economia e Estatística da Abiquim, não se pode deixar de mencionar as preocupações advindas do conflito entre Rússia e Ucrânia e os seus efeitos adversos no que diz respeito à disponibilidade de gás russo para o mercado europeu e de intermediários para fertilizantes para o suprimento da agricultura nacional. “Para além da alta nos preços das commodities - o barril de petróleo tipo Brent foi vendido a US$ 112,5 o barril no final de fevereiro, a nafta petroquímica a US$ 857 a tonelada e o gás natural saltou para mais de US$ 30/MMBTU na Europa -, há perspectivas de fortes impactos nos preços dos produtos químicos no mercado internacional para os próximos meses e nos custos relacionados à logística internacional. No Brasil, pela necessidade de maior despacho das termelétricas movidas a gás e com o aumento do GNL importado houve impacto também nas tarifas de energia elétrica.”

“O momento pede uma urgente reflexão. Além de todas essas questões, a química especificamente corre o risco de perder o Regime Especial da Indústria Química (REIQ). Caso isso ocorra, a ausência deste incentivo intensificará a falta de competividade da produção local, fator que já levou à descontinuidade de diversas linhas de produção nos últimos anos e, consequentemente a um nível elevado de importações e a dependência brasileira em setores tão estratégicos, como o agronegócio. Não só em relação à pandemia, mas também por conta das restrições que estão sendo impostas à Rússia, o País não pode alimentar essa vulnerabilidade. Não se pode, sobretudo, imaginar que a química brasileira será sempre a química do futuro, das oportunidades que não são alcançadas. É preciso pensar em como crescer de forma sustentada, especialmente nos segmentos em que há vocação natural e vantagens comparativas”, alerta a diretora da Abiquim.

Fonte: Por:  -Leonardo Gottems

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