José Domingos Teixeira - Engenheiro Agrônomo e Consultor Técnico
Região de São Borja perdeu até 90% das lavouras após geada entre o dia 20 e o dia 21 de agosto. Nova ocorrência de temperaturas baixas não é descartada e impacto pode ser ainda maior na triticultura gaúcha
Ao menos 35% da produção de trigo no Rio Grande do Sul foi perdida após a geada registrada entre o dia 20 e o dia 21 de agosto. Com isso, a expectativa inicial de 3,2 milhões de toneladas terá um desfalque de 1 milhão, o que representa a diminuição de R$ 1,1 bilhão circulando na economia do estado.
Segundo o engenheiro agrônomo e consultor técnico, José Domingos Teixeira, essa foi uma das piores geadas da história da triticultura gaúcha e as perdas chegam em até 90% em municípios como São Borja, quem havia semeado 30 mil hectares, mas apenas 3 mil restaram com potencial produtivo.
O consultor aponta que novos períodos de temperaturas baixas não estão descartados e que uma nova incidência de geada nesta magnitude seria a “pá de cal” definitiva nesta safra de inverno. O reflexo desta perda na produção será o aumento do custo do trigo e de sues produtos, como o pão, ao consumidor final.
Outra atividade impactada pela geada foi o plantio da safra verão de milho. Teixeira relata que áreas da região norte do estado, em que o milho já havia emergido, podem ter perdas, mas que uma avaliação mais profunda é necessária, já que as temperaturas elevadas ainda podem recuperar estas plantas.
A semeadura do milho já está avançada no norte do Rio Grande do Sul, começa a ganhar força no centro do estado e ainda deve demorar mais um pouco para começar nas áreas de fronteiras.
Guilherme Dorigatti