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Cultivares do Incaper ganham destaque na produção de canéfora do Espírito Santo

A produção brasileira de café canéfora para a safra 2020/2021 foi estimada em 15 milhões. Ao analisarmos apenas o desempenho da espécie em nível global, cujo maior produtor é o Vietnã, com a safra estimada em cerca de 30 milhões de sacas, o que corresponde a 41% do total, percebemos que o Brasil, ao produzir 15 milhões de sacas, é responsável por 20% da safra mundial.

Os três principais estados produtores de canéfora no Brasil, são: Bahia, com a média da safra estimada em 2,2 milhões de sacas; Rondônia, com a produção de 2,3 milhões; e o Espírito Santo, maior produtor, com a safra estimada em aproximadamente 10 milhões de sacas, volume que representa 66,6% da produção brasileira e 13,7% de toda a safra mundial da espécie.

Há mais de 40 anos investindo em pesquisas e no desenvolvimento de tecnologias no estado do Espírito Santo, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) é um dos grandes responsáveis pelo sucesso da cafeicultura capixaba. Dentre as pesquisas realizadas pelo Instituto, está o desenvolvimento de cultivares de cafeeiro que se adaptaram às características climáticas do estado, além de possuírem outros atributos positivos como alta produtividade, tolerância e resistência a pragas e doenças. Outra tecnologia desenvolvida pelo Incaper e com grande destaque no estado é a Poda Programada de Ciclo (PPC) para o canéfora (conilon).

Poda Programada de Ciclo (PPC)

É uma das principais tecnologias responsáveis pelo aumento da produção e produtividade do conilon no estado do Espírito Santo. Esse manejo de plantas, quando associado às novas cultivares, ocasionaram a grande revolução na cafeicultura capixaba, momento em que a produtividade saltou de 17 a 20 sacas para 60 sacas beneficiadas por hectare.

Dentre as cultivares desenvolvidas pelo Incaper, seis se destacam pela elevada produtividade, qualidade e características agronômicas superiores, e foram obtidas pelo Programa de Melhoramento Genético do Incaper, iniciado há 32 anos, com a colaboração da Embrapa Café e instituições parceiras do Consórcio Pesquisa Café.

Vitória Incaper 8142 – cultivar desenvolvida pelo Incaper em 2007, formada pelo agrupamento de 13 clones "elite" do programa de melhoramento. Foram eleitos os materiais que continham simultaneamente características de interesse, que consideradas no conjunto, distinguissem entre os mais adequados, considerando tanto o potencial produtivo como também aspectos de sustentabilidade na atividade. De porte médio e maturação de maio a julho, possui uma produtividade média de 70,40 sacas beneficiadas por hectare, com incremento de mais de 21% em relação à variedade anterior.  A variedade representou um grande avanço na cafeicultura do estado, mediante as tecnologias envolvidas na produtividade como também na aplicação de outras tecnologias que estavam em plena expansão na cafeicultura.

Diamante Incaper 8112 – a variedade apresenta porte médio e maturação precoce, com expectativa de colheita em maio. Sua produtividade média é de 80,73 sacas beneficiadas por hectare, com potencial genético de rendimento superior a 120 sacas beneficiadas por hectare em plantios irrigados e com alta tecnologia. Outras características são a estabilidade de produção e a uniformidade de maturação, além de apresentar resistência moderada à ferrugem e tolerância a déficit hídrico. Contudo, o principal atributo da cultivar é a qualidade da bebida, classificada como café de qualidade superior, com a média de três locais de 77,50 pontos de acordo com o protocolo de degustação de robustas finos, elaborados pelo Coffee Quality Institute (CQI). Com sabor e aroma que remete ao chocolate, cacau, e retrogosto adocicado, toque de frutas vermelhas e frutado.

Jequitibá Incaper 8122 – com porte médio e maturação intermediária, com colheita em junho, é tolerante a déficit hídrico e possui moderada resistência a ferrugem. Sua produtividade média é de 88,75 sacas beneficiadas por hectare, com potencial genético de rendimento superior a 120 sacas beneficiadas por hectare em plantios irrigados e com alta tecnologia. Seu principal destaque também é a qualidade da bebida, classificada como café de qualidade superior, com a média de três locais de 79,01 pontos, de acordo com o protocolo de degustação de robustas finos, elaborados pelo Coffee Quality Institute (CQI), em amostras preparadas pelo processo de secagem natural. Apresenta característica de aroma e sabor que remete ao chocolate amargo, caramelo com chocolate e adocicado.

Centenária Incaper 8132 – cultivar de porte médio e maturação tardia, com colheita em julho, apresenta tolerância a déficit hídrico e moderada resistência à ferrugem. Sua produtividade média é de 82,36 sacas beneficiadas por hectare, com potencial genético de rendimento superior a 120 sacas beneficiadas por hectare em plantios irrigados e com alta tecnologia. A cultivar também possui como seu principal atributo positivo a qualidade da bebida, classificada como café de qualidade superior, com a média de três locais de 77,97 pontos, de acordo com o protocolo de degustação de robustas finos, elaborados pelo Coffee Quality Institute (CQI), em amostras preparadas pelo processo de secagem natural. Possui características de sabor e aroma que remetem ao achocolatado, caramelo e frutado.

Marilândia ES8143 – cultivar desenvolvida pelo Incaper, com ênfase na resistência à seca, uma vez que é percebido, nos últimos anos, um agravamento da estiagem, elevação da temperatura e escassez de água nos mananciais no estado do Espírito Santo. De porte médio e maturação intermediária, possui produtividade média de 80,98 sacas beneficiadas por hectare, com potencial produtivo de 135 sacas beneficiadas por hectare em plantios com uso correto de irrigação e conduzidos com a utilização de alta tecnologia. Outros atributos positivos são a rusticidade, adequada arquitetura de planta, uniformidade de maturação dos frutos, qualidade de bebida superior e moderada resistência à ferrugem, além da tolerância à seca.

Conquista ES8152 – cultivar de porte médio e com maturação de intermediária a tardia, se destaca pela elevada produção, com produtividade média de 74,1 sacas por hectare, associada ao baixo índice de grãos chocos e moca, alto vigor vegetativo, moderada resistência a ferrugem, tolerância à seca e qualidade de bebida superior. Atingiu 81,1 pontos pelo protocolo de degustação de robustas finos Coffee Quality Institute / Specialty Coffee Association os America (CQI/SCAA).

 

Fonte:
 Embrapa Café

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