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Café: Lavouras mais novas começam a secar no cinturão brasileiro após meses sem chuvas

Imagens postadas em redes sociais mostram como as altas temperaturas e os baixos volumes de chuva têm impactado o desenvolvimento das lavouras de café para a safra comercial 2020/21. O Sismet, sistema de monitoramento agrometeorológico da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), mostra que cidades estão há quatro meses sem chuvas volumosas.

Um dos registros foi feito pelo técnico agrícola e cafeicultor Norberto Ricci, em São Sebastião do Paraíso (MG), no Sudoeste de Minas. Ele conta que a lavoura é nova, foi plantada há cerca de 20 meses, em terreno arenoso. Depois da primeira florada, as plantas começaram a sentir bastante as adversidades climáticas na região produtora.

"Depois desse estágio, as plantas perderam toda a florada. Não vai sobrar um 'grão' de café. Se não vier chuva na próxima semana, essa lavoura está condenada", explica Ricci. O produtor rural acrescenta que na região de São Sebastião do Paraíso (MG) as lavouras tiveram muito desfolhamento após colheita da temporada passada.

Lavoura de café secando com falta de chuvas em São Sebastião do Paraíso (MG) - Foto: Norberto Ricci
Lavoura de café secando com falta de chuvas em São Sebastião do Paraíso (MG) - Foto: Norberto Ricci

"As lavouras estão muito sentidas e vamos ficar na torcida para vir chuvas nos próximos dias, senão a quebra aqui no nosso município pelo menos será grande. As lavouras que não foram podadas no ano passada estão muito sentidas", explica o cafeicultor. A preocupação de Ricci não é isolada, pois várias cidades do cinturão brasileiro enfrentam condição parecida.

De acordo com os dados da plataforma de acompanhamento agrometeorológico da Cooxupé, no Sul de Minas Gerais, em Guaxupé (MG), a última chuva acima de 10 mm, considerada volumosa, ocorreu no dia 18 de maio, quase quatro meses atrás. Em Nova Resende (MG), a última chuva expressiva foi em 17 de maio, com 14 mm, há exatos quatro meses.

No Cerrado Mineiro, a situação de chuvas é parecida com a do Sul de Minas. Coromandel (MG) recebeu a última chuva volumosa em 17 de maio, com 39,2 mm. Em Caconde (SP), na divisa com Minas, a última chuva acima de 10 mm foi em 04 de agosto. As temperaturas máximas no período em ambas as cidades ficaram na casa dos 30°C.

"A situação das lavouras está ficando bastante complicada. As temperaturas estão altas e há falta de chuvas, o que faz com algumas lavouras já comecem a murchar. Se não tivermos precipitações até o final da próxima semana a situação fica muito catastrófica", afirma o engenheiro agrônomo e pesquisador da Fundação Procafé, Alysson Fagundes.

 

Lavoura de café secando com falta de chuvas em São Sebastião do Paraíso (MG) - Foto: Norberto Ricci
Lavoura de café secando com falta de chuvas em São Sebastião do Paraíso (MG) - Foto: Norberto Ricci

Previsão do tempo

A nova atualização dos mapas de tendência de chuvas do Centro Nacional de Previsão Ambiental dos EUA, ligado a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês), confirma o retorno das chuvas para áreas centrais do Brasil nos próximos dias. Os volumes, no entanto, ainda serão baixos.

No período de 20 a 28 de setembro, o mapa do centro de previsão meteorológica norte-americano mostra que as chuvas tomam praticamente todo o país, com precipitações altas a moderadas em áreas da região Sul, Sudeste, Norte e até partes do Nordeste. No Centro-Oeste, as chuvas serão leves a moderadas.

 

Por: Jhonatas Simião | Instagram @jornalistadotempo
Fonte: Notícias Agrícolas

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